Ainda cercada por tabus, a gravidez depois dos 40 anos cresce cada vez mais no Brasil. Nos últimos 20 anos, o número de mulheres que se tornaram mães nessa faixa etária cresceu quase 50%. A estatística está diretamente relacionada com as conquistas desse público, que buscam destaque no mercado de trabalho, independência financeira e autonomia sobre decisões delicadas — como a de ter um filho, por exemplo.
Embora a medicina já tenha avançado muito nesse sentido, uma gestação nessas condições é sempre considerada de risco e requer cuidados especiais. Mas as vantagens também são muito animadoras! Vamos entender melhor as particularidades desse momento tão esperado?
Você vai encontrar neste artigo:
1. Cuidado redobrado no controle do peso e doenças
Toda mulher que passou dos 30 já percebeu que ganhar peso fica cada vez mais fácil, enquanto perdê-lo fica cada vez mais difícil. Até aí, tudo bem! É nossa natureza, não precisamos fazer loucuras e lutar tanto contra ela.
No entanto, em uma gravidez depois dos 40, todo cuidado é pouco. O peso deve ser minuciosamente controlado para evitar o risco de doenças graves, como pressão alta e diabetes gestacional, abortamento prematuro, problemas cardiovasculares, entre outros.
Se você está acima do peso, há uma chance de ocorrer:
- Aumento da sua pressão sanguínea e açúcar no sangue;
- Desconforto nos mínimos esforços;
- Dificuldade no controle do tamanho do bebê;
- Dificuldade em determinar a posição do feto no útero, e localizar seu batimento cardíaco;
- Uma tendência aos bebês serem grandes, gerando dificuldades para o parto normal;
- Chance de complicações pós-operatórias e um retardamento das cicatrizações;
- Dificuldades na eliminação do peso extra adquirido durante a gestação, após o parto.
Esses riscos existem em qualquer gestação, mas a idade realmente aumenta a possibilidade de complicações, e não apenas na gravidez: afinal, quando novinhas tomávamos bem menos remédios, não é mesmo?
Para um melhor controle, você precisa saber o seguinte: o total de peso que você ganha durante a gravidez não deve ultrapassar 10 ou 12 quilos, considerando você, seu bebê e a ”casinha” dele.
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2. Amor maior do mundo, mas com menos pique
A psicóloga e professora universitária Silvia Aparecida Fornazari, de Londrina (PR), teve seu primeiro filho exatamente aos 40 anos. Segundo ela, todo o processo transcorreu tranquilamente, mas a desvantagem foi o pique reduzido para lidar com intensa rotina da maternidade.
“É mais difícil passar a noite em claro, ir trabalhar no dia seguinte e dar conta de tudo. Fora isso, acho que é como qualquer maternidade. O Rafa foi muito desejado, então a felicidade daquele momento sobrepôs qualquer problema”, conta Silvia.
Ela afirma ter sido acompanhada de perto por uma cardiologista semanalmente, em um pré-natal bastante cuidadoso para não acontecer nenhuma complicação — sobretudo porque na primeira tentativa ocorreu um abortamento prematuro.
“Também fiz um exame no bebê aos 5 meses para ver o coração dele. Esse foi por causa da idade, mas ele tem sido cada vez mais indicado em qualquer tipo de gravidez. A minha glicose ficou no limite a gestação toda, mas não cheguei a ter diabetes gestacional”, conta a mamãe, que nunca deixou de fazer os controles necessários.
3. Depois dos 40, toda decisão é mais madura
Esta é grande vantagem da incrível experiência de gravidez depois dos 40: ganhamos tempo para nos preparar física e psicologicamente para essa grande responsabilidade que é ter um filho. Nessa idade, boa parte das preocupações a respeito da vida, do corpo e do futuro já não têm o mesmo peso.
A vida tende a ficar mais leve quando fazemos o movimento do autoconhecimento, e sem dúvida essa é a melhor herança que podemos deixar para nossos filhos: uma mente saudável. Há ainda a questão do preparo financeiro e, no caso de Silvia, o tempo necessário para os controversos caminhos do destino lhe trazerem o grande amor da vida: ao encontrar o “pai perfeito”, ela teve certeza de que valeu a pena esperar!
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