Visão do pai sobre a gravidez

Olá, mamães e papais! Eu me chamo Gabriel e sou marido da Natália. Hoje fui convidado por ela para escrever em sua coluna sobre a visão do pai sobre todo este universo que envolve nossos filhos.

A Joana, nossa filha, foi o primeiro bebê que de fato eu tive contato. Anteriormente eu nunca tinha tido uma grande proximidade com nenhum bebê, seja um primo mais novo, sobrinho, ou casal de amigos que tiveram filhos. Da mesma forma como eu nunca tinha tido proximidade com uma gestante.

Logo, em todas as fases eu estou passando por novas experiências, descobrindo todas as coisas. Estão sendo vários aprendizados, momentos de crescimento.

Vou compartilhar com vocês minha visão de pai em todo o processo, desde a gestação até a atual fase que estamos, onde a Joana está com quase dois anos e meio e na creche.

 

Descobrindo a gravidez

Em primeiro lugar, de toda a minha vida, este com certeza foi um dos momentos mais emocionantes!

A Natália estava em uma fase que estava muito sensível, tendo várias oscilações no humor. Lembro da vez em que ela estava indo pegar um ônibus para ir para o trabalho, e quando estava chegando no ônibus, ele fechou a porta e foi embora sem ela. Como resultado, ela chorou muito. O engraçado é que isso é uma coisa comum de acontecer com as pessoas, mas este episódio deixou ela muito abalada. Eu achei tudo muito engraçado, mas ao mesmo tempo eu não podia rir com a situação.

Episódios como esse fizeram com que ela desconfiasse e fizesse o teste de gravidez, que teve resultado positivo.

No dia seguinte Natália foi trabalhar, mas, ansiosa, não conseguiu cumprir todo o expediente. Ela então passou em um mercado e preparou uma surpresa. Foi lindo!

 

Visão do pai: Chá revelação

Eu sou uma pessoa que amo estar junto com os amigos, com a família, se divertindo. Na visão de alguns pais, momentos como chá revelação é um gasto desnecessário, uma coisa mais moderna que na verdade inventaram como mais uma maneira de gastar dinheiro.

Mas para mim não. Em minha visão de pai, este momento é mais um motivo de estar com pessoas especiais, celebrando a vida, se divertindo.

Confesso que minha expectativa estava em ter um menino, tanto que minha reação na hora em que foi revelado o sexo foi uma mistura de surpresa com desapontamento. Foi só o momento! Sou completamente feliz e apaixonado por ter uma menina! É maravilhoso!

 

Montagem do quartinho na visão do pai

Esse processo é o mais gostoso! Pensamos e repensamos em como seria o quarto. No primeiro momento a gente iria desfazer o quarto de visitas, transformando no quarto do bebê. Contudo, depois achamos melhor transferir o ateliê de costuras da Natália para onde era o quarto de visitas e transformar o ateliê em quarto de bebê.

Ou seja, são muitos pensamentos, muitas ideias, vontades, expectativas sendo criadas. E, em minha visão como pai, esses momentos são os mais prazerosos.

Frequentamos algumas feiras da gestante e bebê, pesquisamos os móveis em várias lojas, compramos o carrinho de um conhecido, pintamos o quarto, montamos o berço. São vários processos até o quarto ficar pronto.

Hoje o quarto já teve algumas mudanças, e, na verdade, a gente vai tomando gosto por fazer a alegria dos nossos filhos que deixamos de comprar coisas para a gente para comprar e investir neles.

 

Chá de fraldas

Mais uma festa! Ou, no nosso caso, algumas! Na visão de alguns pais, mais gastos. Mas na visão de outros pais, como eu, mais momentos divertidos com pessoas queridas.

Nós tivemos 3 chás de fralda. O primeiro foi junto com o chá revelação, tendo em vista que fizemos junto com a família da Natália no Rio de Janeiro, sendo que moramos no Espírito Santo.

O segundo chá de fraldas que tivemos foi em nossa igreja. Fomos presenteados por nossos amigos com este chá. Foi um momento muito divertido, com várias brincadeiras, muitas pessoas queridas e felizes com a gente. O outro chá de fraldas foi onde a Natália trabalhava. Seus colegas de trabalho também organizaram um chá de fraldas para a gente.

Ganhamos tantas fraldas que só fomos comprar o primeiro pacote quando Joana já estava perto de completar dois anos. Fomos muito abençoados.

 

O parto pela visão do pai

Este é o ápice! Por mais que tenhamos vários momentos prazerosos nos nove meses de gestação, nenhum se compara ao nascimento.

Ver o rostinho, cortar o cordão umbilical, segurar pela primeira vez o bebê… nada se compara!

Tenho certeza que a visão do pai e da mãe são iguais.

Claro que a mãe passa por momentos de dores, um momento bem difícil, mas ao nascer a criança nada se compara!

A bolsa rompeu já era tarde da noite de sábado, estávamos preparando para ir dormir. Foi uma correria para ir para o hospital. E essa foi a primeira madrugada de muitas que estavam por vir de sono interrompido.

As contrações vinham e Natália gritava de dor. Estava eu e minha sogra com ela, mas a gente pouco podia fazer. Joana veio a nascer já perto do meio dia, e até esse momento foi cansativo.

Natália pariu na banheira. Foi um parto bem humanizado. Quando ela estava na banheira foi o momento mais lindo que tivemos. Pude estar do lado dela, cantando para aliviar a tensão, conversando, me fazendo presente.

Após o nascimento foi eu quem acompanhei a Joana em seus primeiros testes, pesagem e alguns outros exames. Era tudo muito lindo, nem lembrava mais do cansaço.

 

Os primeiros meses

Como eu falei no início do texto, eu nunca tinha tido contato com nenhum bebê antes. Foi tudo muito novo para mim.

Ou seja, os momentos lindos eram extremamente lindos, mas os difíceis eram da mesma forma extremamente difícil.

Eu tive muita dificuldade. Hoje eu me considero um ótimo pai para a minha filha, mas reconheço que no início eu não fui. Assim como também não fui o melhor companheiro que minha esposa precisava e merecia.

A privação do sono acabava comigo. Eu sempre fui uma pessoa noturna, que produzo mais e melhor nos períodos da noite. Contudo, com a chegada do bebê e das noites de sono interrompidas, eu não dava conta de estar acordado logo pela manhã cedo, e passava o resto do dia mal, emburrado, não sendo uma boa companhia.  E a Natália sempre me poupou muito nas madrugadas, mas mesmo assim foi muito difícil para mim.

Esperamos ter um segundo filho, e essa é a parte em que buscarei fazer tudo diferente.

Os momentos lindos que falei são os de dar banho, pegar aquele corpo tão pequeno e indefeso no colo e ser o porto seguro dele, dar uma volta para pegar sol assim que é permitido, escolher a roupa que ela vai usar durante o dia, entre muitos outros.

Os momentos difíceis, em minha visão de pai, se resume a privação do sono. Claro que a troca de fraldas não é prazeroso, mas também não é nada demais.

Achar um pediatra que eu gostasse também foi um desafio. Achava problema em cada um que a gente ia, e quando finalmente aceitei um, o pediatra se aposentou! Achamos outra que gosto bastante agora, mas também não foi fácil.

 

Visão do pai: fim da licença maternidade

Natália já compartilhou algumas vezes minha história, que sou aposentado devido um câncer que tive alguns anos atrás. Por conta disso, quando a licença maternidade da Natália acabou eu fiquei como responsável por cuidar da Joana enquanto ela estava fora.

Na verdade a pandemia começou enquanto a Natália estava de licença maternidade, então assim que acabou o período da licença ela ficou de home office. A volta ao trabalho presencial se deu quando Joana já estava “grandinha”.

Foi ai que eu me descobri como pai! Foi um misto de sentimentos, uma mistura de senso de responsabilidade com prazer, um peso por precisar contribuir no desenvolvimento da Joana, ensinar coisas a ela, educar, com o prazer de estar perto da minha filha.

Um tempo bom e que não volta mais. Hoje ela está na creche, mais independente, é uma nova fase.

 

A verdade é que precisamos aproveitar todos os momentos e fase que estamos passando, pois eles são únicos e não voltam.

Para os bons momentos, a alegria prevalece, mas os momentos difíceis, precisamos aprender com eles.

Uma das referências que tenho como modelo pai costuma dizer que “filhos não DÃO trabalho, eles SÃO o trabalho da família”. Eu acredito muito nisso. Creio que a Joana é a minha prioridade. Ensinar, educar, corrigir, preparar ela para o mundo, amar, ser o porto seguro dela, uma pessoa em quem ela confie, transmitir valores para ela e ser um modelo de pai e homem é o meu desejo.

Essa é a minha visão de pai em alguns dos momentos que passamos. É um privilégio ser pai de uma menina tão inteligente, linda e divertida, bem como é um privilégio ser casado com uma mulher guerreira, trabalhadora, que ama sua família e fazer alegre àqueles que estão em sua volta!