A introdução alimentar é sempre uma grande dúvida para as mamães de primeira viagem. Afinal, por onde começar? O que pode e o que não pode? Existem muitos guias nesse sentido, mas um aspecto pouco discutido é que esse processo marca o início do relacionamento de um ser humano com a comida — o que pode ser determinante para a saúde de uma vida inteira.
Confira algumas dicas que vão ajudar você a fazer as melhores escolhas e ensinar seu filho a seguir o mesmo caminho!
Você vai encontrar neste artigo:
1. Estimule os sentidos
Todo paladar é uma questão de condicionamento. Na boca, a criança sente a textura, a consistência e as diferenças entre doce, salgado, ácido, amargo e picante. Já o olfato acrescenta as peculiaridades do sabor. A visão fixa a cor e a forma e a audição registra o nome. Essa experiência é fundamental para o desenvolvimento do bebê.
Por isso, o ideal é não liquidificar todos os alimentos juntos, pois os sabores vão se misturar na hora de comer. Prefira amassá-los no garfo e servi-los separados no prato, para a criança sentir as características de cada um deles individualmente e no conjunto da refeição.
2. Insista diante das negativas, mas não force
No processo de introdução alimentar, quem vai colocar limites no universo do seu filho é você. Tudo é novidade, então vale a pena oferecer diversidade e insistir — pelo menos até 15 vezes a cada teste. Ninguém é obrigado a gostar de chicória, por exemplo. Mas a criança precisa saber que, no fundo daquele amarguinho bem mastigado, aparece uma sensação doce.
De qualquer maneira, você também precisa dar a ela a chance de escolher. Comida não é castigo e nem deve ser usada como chantagem: isso pode ser o início de uma relação ruim com a comida e até o desenvolvimento de transtornos alimentares.
Então, se nenhuma das tentativas funcionar, não force. Ensine a criança a mastigar um alimento de cada vez para que ela mesma saiba a diferença e, futuramente, quando já não estiver o tempo todo sob os seus cuidados, possa fazer escolhas sábias.
3. Aprenda a dizer não do jeito certo
Como custa aprender a dizer não! E, ao mesmo tempo, como é frequente dizer não a uma criança sem pensar duas vezes, sem nem entender o que ela está querendo e o porquê.
Em matéria de comida, a questão do que se permite e do que se proíbe é crucial: por mais que se tenham teorias alimentares, colocar qualquer tipo de coisa na boca é um gesto instintivo das crianças e faz parte de sua aptidão para sobreviver. O corpo sabe, o corpo sente, o corpo pede. Procure identificar as necessidades da criança e ajude-a a decodificar também.
No livro Mamãe, eu quero mais, a autora Sonia Hirsch conta sobre uma experiência realizada nos Estados Unidos com um grupo de crianças entre 3 e 5 anos: colocava-se na mesa uma grande variedade de alimentos e elas mesmas escolhiam o que ia entrar no prato. Em duas semanas, a maioria estava escolhendo tudo de maneira equilibrada, de acordo com suas necessidades individuais.
Assim, segundo Sonia, à medida que vamos desenvolvendo a consciência, surge um processo natural de seleção a partir do efeito que cada alimento provoca no organismo. Mas até desenvolvermos essa consciência, precisamos de orientação. Quanto mais cedo você começar, melhor!
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4. Limite o açúcar na introdução alimentar
O paladar humano tem uma tendência a preferir alimentos mais adocicados, mas não doces ou adoçados. O sabor de uma fruta mais adocicada como banana, manga, maçã, mamão ou pêra, por exemplo, já é suficiente: não precisa adicionar açúcar. Por isso, normalmente começamos o processo de introdução alimentar por esses alimentos.
Apenas se for realmente necessário podemos optar por um tipo de açúcar mais rico em nutrientes, como o mascavo e o demerara, mas sempre em quantidades bem pequenas, pois isso pode viciar o paladar do bebê e criar dificuldades na introdução das papas salgadas.
É interessante evitar o uso do mel, pelo menos até os 2 anos: apesar de ser natural e saudável, pode contar uma bactérias se não for devidamente produzido, além de também viciar o paladar.
5. Evite os industrializados
Elas podem ser muito práticas, mas papinhas industrializadas definitivamente não são o melhor para a introdução alimentar do seu bebê. É enorme a quantidade de conservantes e aditivos químicos que fazem esses produtos durarem infinitamente mais do que um legume fresco.
A comida de verdade, que vem direto da mãe natureza, sempre será a melhor opção, tanto para nutrir quanto para fornecer energia e vitalidade. Já os industrializados vão pelo caminho contrário: a criança não ganha energia, não se alimenta direito, gasta as reservas orgânicas e ainda acumula dentro de si perigosas substâncias químicas.
Isso significa optar por absolutamente tudo orgânico, artesanal e caseiro? Não: o ideal é cuidar, mas com parcialidade. Se não se expor, o organismo pode nunca formar uma defesa, o que também não será bom para a criança.
6. Pense no longo prazo
Seu filho será um ser social, portanto, não o proíba de experimentar nada quando chegar a festinha infantil com todos aqueles doces cheios de açúcar e manteiga. Ele vai se empapuçar e ter dor de barriga? Provavelmente. Mas ele também começará a entender o que faz mal para desenvolver a própria autonomia.
O que desequilibra uma pessoa, seja adulto ou criança, não são os excessos eventuais, mas os maus hábitos cotidianos. É não mastigar bem, não comer verduras e legumes, beber líquidos nas refeições, não ter medida para as frutas e não respeitar horários. Foque seus esforços em estabelecer uma rotina saudável que o sucesso será garantido!
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