Oi pessoal, eu estava muito ansiosa para esse post, vamos falar sobre a adaptação na creche e como vocês sabem, ansiedade é o sobrenome de mãe e também medo, coragem, amor e paciência. São muitos sentimentos que se afloram na maternidade desde a gravidez. E hoje vamos falar sobre a adaptação na creche.
Hoje estamos completando duas semanas que Joana foi para a creche e vou conversar com vocês hoje sobre adaptação e como tem sido todo esse processo.
Você vai encontrar neste artigo:
A procura por uma creche
No ano passado mais ou menos em julho/agosto começamos a procurar creches para ela perto da nossa casa. Visitamos umas 8 creches com preços e metodologias diferentes para saber qual se encaixaria e principalmente qual creche seria financeiramente melhor para a gente.
Decidimos nessa época esperar mais e pensar em uma nova programação financeira que se encaixasse em nosso orçamento. Os valores estavam realmente altos para a gente e como a Joana ainda era pequena e não tinha obrigação de ir para a creche, preferimos esperar.
É claro que eu fiquei muito frustrada com isso pois eu queria que ela fosse para a escolinha socializar e se desenvolver melhor.
Joana, como já contei aqui na coluna, ficava em casa com o pai que sempre fez de tudo para desenvolver as habilidades e brincadeiras com ela, mas a gente queria mais do que isso. Nossa filha é praticamente um bebê da pandemia, ela só tinha 3 meses quando tudo isso começou. Então ela não sabia muito o que era brincar com outras crianças, não tinha contato e esse foi o principal motivo de colocar ela em uma creche.
Trabalho da mãe e mais um sonho em espera
Eu sou jornalista de uma Prefeitura e faço vídeos institucionais, visito muitos lugares como Unidades de Saúde, Centro de esportes e também escolas. Em uma dessas pautas externas visitei uma creche da Prefeitura que havia acabado de ser inaugurada, Creche de tempo integral. Eu entrei naquele lugar depois de ter vivido a experiência frustrada de não conseguir uma creche como eu sonhava. Fiquei encantada!
Era tudo novo, os brinquedos, a pintura, a salinha, a cozinha e tudo era muito lindo e aquelas criancinhas correndo pelo pátio? Era de se apaixonar! Pois bem, fiz meu vídeo e fui embora.
Uns 2 meses depois eu retornei para fazer outro vídeo lá e mais um vez, encantada com tudo aquilo. Foi quando eu despretensiosamente perguntei a diretora como fazia para cadastrar minha filha, ela disse que em dezembro abriria vagas e teria que ficar na fila de espera.
fui embora com essa informação e pronto! Estávamos em outubro.
Inscrição para a creche
Em dezembro chegou o dia de se inscrever, fui correndo fazer a inscrição da minha filha, mas dentro de mim havia um grande medo que era, eu trabalho na Prefeitura porém moro na cidade do lado. Me informei e li aquele edital de todas as formas que eu podia e nele não tinha a informação de que precisava ser morador.
No dia do resultado das vagas tive mais um medo, a creche só atende 100 crianças de 2 até 5 anos e o número de inscritos foi mais que o dobro. Afinal a escola é realmente um sonho de toda mãe.
Sorteio
Pelo número de inscritos ser muito maior do que o esperado, o processo seria feito por sorteio. Para a idade da Joana (2 anos) só haviam 17 vagas com mais de 100 crianças nesta faixa etária.
No dia do sorteio meu marido havia viajado para fazer missões no sertão da Bahia e eu teria que ir sozinha, me arrumei e fui com toda a fé que eu poderia ter, fiz muitas orações desde agosto quando desisti de colocar ela na creche. Vale ressaltar que na minha cidade as creches da Prefeitura só aceitam crianças acima de 4 anos desfraldadas. Por esse motivo eu não tentei lá.
No dia do sorteio fui sozinha e aguardei a minha vez, foram chamando as turmas e de 2 anos foi a última a ser sorteada e para a minha surpresa o nome dela foi o segundo a ser chamado! Quando a diretora leu o nome dela, eu realmente não sei descrever aqui a sensação que foi, eu só sabia chorar e gritar igual uma louca. É minha filha! É minha filha! E as mamães felizes por mim e aguardando o nome dos filhos também. A equipe da escola feliz porque eu já havia ido fazer vídeos lá então todo mundo tinha um carinho por mim.
Foi realmente Inesquecível e muita emoção! Meu marido só ficou sabendo a noite e nem com ele eu podia falar porque não havia sinal de celular. Eu fiquei naquela ansiedade e emoção presa o dia todo. Por mais que todos da família e amigos se sintam felizes, só eu e ele sabemos o quanto foi frustrante desistir e o quanto a nossa filha entrar na creche seria importante para ela.
Contando para a nossa filha sobre a creche
Sorteio feito, nossa filha contemplada, agora vem outros medos e ansiedades. Como seria adaptação dela e o quê a gente poderia fazer para que ela ficasse bem e entendesse o processo.
Eu sempre falo nos meus textos o quanto é importante conversar com nossos filhos, mesmo que a gente ache eles pequenos e que não vão compreender. Eu decidi que todo dia eu falaria da creche, mesmo sem ela saber o que era.
“Filha, você vai na creche e lá tem amigos, as tias, brinquedos e muita coisa legal” essa era a minha fala diária.
E a nossa rotina?
Tudo mudaria na casa, eu tendo que levar ela cedo para a creche que fica perto do meu trabalho e buscar depois. Para isso eu precisaria mudar toda a minha rotina de trabalho inclusive horários. Mais uma ansiedade e no final de tudo certo. Meu horário trocado e minha filha na creche!
Minhas conversas com a Joana envolvia essa parte também, eu sempre fazia questão de falar que ia deixar na creche, depois trabalhar e buscar. Todos os dias por várias vezes até chegar o dia que de fato ela iria para seu primeiro dia de aula.
Inseguranças
Tive uma crise de insegurança na semana, medo, ansiedade, como eu deixaria o meu bem mais precioso nas mãos de quem que não conheço? Como deixaria a minha filha lá e iria embora? Quanta insegurança e angústia eu fiquei. Deitei na cama depois de ter feito ela dormir e chorei sem parar, eu precisava colocar para fora esse medo e eu precisava entender que a vida é assim, que todas as mães passam por isso e que esse seria só o inicio de longa jornada.
Neste momento foi quando lembrei da minha mãe. Sempre nossas mães! Lembrei de quando ela me colocava no ônibus sozinha com apenas 8 anos para ir a escola junto com minhas irmãs também pequenas. Nessa hora eu pensei, minha teve que ser forte, não foi fácil para ela e eu certamente proporcionaria para a minha filha o que não tive. Ela teria a mãe do lado levando e trazendo e de carro e além do mais, eu tenho contato com as funcionárias da creche que em qualquer momento me avisaria, não precisava mais ter medo!
Primeiro dia de aula na creche
Fomos eu e Gabriel levar ela, já tínhamos passado o sábado comprando as coisinhas como mochila, tênis e só porque creche pública ainda ajuda com todos os materiais, mas uma economia!
No primeiro dia de aula levamos ela toda feliz. Ao chegar na creche foi a parte mais difícil, As crianças da sala dela estavam todas chorando praticamente, por isso bateu um desespero nela que começou a chorar também, ficamos por 10 minutos com ela, quando a professora pediu educadamente que os pais se retirassem, pois só pioraria com elas vendo a gente ali.
Eu e Gabriel saímos e que aperto no peito, deixar nossa filha chorando daquele jeito! Quando demos a volta atrás da sala dela existe uma parede perfurada e por aqueles buraquinhos a gente ficou olhando ela lá dentro, já havia parado de chorar e observava as crianças chorando. Ficamos aliviados e fomos embora!
primeira semana, período de adaptação ela ia sair 2h antes, quando deu o horário eu sai correndo para busca-lá, chegando na creche ela abriu aquele sorriso ao me ver e a professora disse: ela me contou que a mamãe ia trabalhar e ia vir buscar ela depois. Nessa hora tudo faz sentido e a gente percebe que os nossos filhos entendem sim tudo que a gente fala e ensina. Ela lembrou que eu havia falado por várias vezes que ia trabalhar e que depois buscaria ela. Voltou do seu primeiro dia feliz e muito cansada!
Decorrer da semana
Segundo dia, o mesmo choro só que dessa vez um desespero de partir qualquer coração, fiz o mesmo e fui embora. Os dias foram passando e sempre que chegava na creche ela chorava porque via os amiguinhos todos chorando. A partir do segundo dia eu comecei uma nova conversa com ela.
“Filha, você pode até chorar, mas não precisa ficar triste porque a mamãe sempre volta para te buscar, não é?”
A primeira semana passou, uns dias ela chorava para acordar, outros ela saia feliz e voltava contando que tomou banho, escovou o dente, comeu bolo de banana e tantas outras novidades.
Na segunda semana, que estamos encerrando hoje, todo o cenário mudou ela chorou somente na segunda- feira, na terça ela me deu tchau, me contou que as tias dela se chamam Thaís, Sara e tem também a tia Sol.
Adaptação na creche
Duas semanas de muita conversa, uns dias sonolenta e outros agitada. No carro ela brinca, conta como foi uma coisa ou outra do jeito dela e as vezes chora porque quer mamar e tá cansada.
As tias da creche falam que ela é uma criança adorável que conversa, que fala que a mamãe vai buscar.
E a minha adaptação na creche
A minha adaptação foi tranquila, nos primeiros dias chorei sozinha, afinal eu preciso ser forte por ela e ver ela chorando e ter que ir embora foi barra! Hoje, após duas semanas estou completamente adaptada assim como a Joana. Sei que cada dia será um dia e assim vamos seguindo.
A correria do dia a dia, mochila, bolsa, entra no carro,sai do carro e todo o resto cansa! Mas eu sou uma mãe tão realizada por poder proporcionar essa alegria para ela e também ajudar no desenvolvimento.
Em casa para meu marido, tudo se encaixou também, agora ele consegue estudar e se dedicar as ao que ele sonha. No final do dia quando ela chega é só alegria!
Meu recado e dica principal nesse post é: converse com o seu filhos, não minimize a dor dele, mas faça ele entender que você está perto, faça ele confiar em você! A partir disso, ele sempre vai entender que o que você fala é para o bem dele.
E você? Como foi a adaptação na creche? compartilhe conosco!