Quero começar dizendo que o comportamento dos nossos filhos nem sempre tem a ver com a educação que estamos dando para eles, se estamos acertando ou errando.
Esse assunto que vou abordar hoje é o que estou vivenciando na prática. Claro que na minha coluna eu sempre abordo assuntos que tenho vivenciado, mas esse tem algo a mais. O comportamento da minha filha tem mexido muito comigo, me deixando de mãos e pés atados.
Alguns comportamentos são próprios da personalidade da criança e outros são comportamentos comuns a toda criança na idade dos nossos.
Você vai encontrar neste artigo:
Comportamento agressivo das crianças
Era essa mesma época do ano quando estávamos passeando em um parque para ver a decoração natalina e Joana com 1 ano e um mês pulou do nosso colo e mordeu uma menina que caminhava com o pai. A menina devia ter a mesma idade dela. Foi nossa primeira experiência que passamos com a agressividade da nossa filha, até mesmo porque não se tinha muito contato com outras pessoas devido a pandemia. A menina muito chorava, e eu fiquei sem ação, sem saber o que fazer e como corrigir. A única coisa que eu soube fazer foi falar que não podia fazer o que ela acabava de fazer.
A partir desse dia ela passou a ter alguns hábitos agressivos, querendo bater ou morder em diversas crianças que aparecessem na frente dela. Ela começa fazendo carinho e do nada aperta e belisca as crianças.
Resolvi pesquisar sobre o assunto e contar para vocês neste post o que pode ser e como podemos fazer como pais para evitar esses comportamentos.
Explicação científica para comportamentos agressivos
A agressividade é uma reação imediata a sentimentos de frustações. As crianças, principalmente as pequenas, ainda não conseguem verbalizar suas frustrações, elas ainda estão no caminho de aprender a verbalizá-las. Neste caso o que que pode acontecer é ela responder aos descontentamentos de maneira agressiva.
Até os 5 anos de idade as crianças passam por processos de aprendizado da linguagem e podem responder as frustrações como um “Não” que recebeu ou um brinquedo que não ganhou de forma agressiva, ou seja, é a forma que ela entende de agir ao se frustrar.
Aos 7 anos as crianças costumam ter pensamentos focados no próprio gosto e não entendem o que é um indivíduo dentro da sociedade. O entendimento delas está voltado como se fosse somente ele vivendo o seu próprio “eu”, por isso ela pode responder agressivamente quando for contrariada, pois pretende preservar suas vontades.
A forma de evitar esses comportamentos é ensinando que nem sempre a gente consegue o que quer e começar a criar senso de coletividade em nossos filhos, pois, nesta idade um pouco maior, já conseguem entender melhor o que estamos tentando ensinar.
Fatores externos para agressividade
A agressividade pode estar ligada a momentos delicados em que a criança está inserida, como nascimento de um irmão, separação dos pais, perda de alguém querido, entre outros fatores. Essas transformações geram sentimentos de ansiedade e acabam adotando um comportamento agressivo como resposta.
É necessário aos pais ou responsáveis descobrir o que tem ocasionado tal comportamento e conversar com a criança para que elas entendam o momento e com isso aprendam a lidar melhor com o que vem acontecendo.
Alguns comportamentos também podem estar ligados ao contexto social em que a criança está inserida, como ter pais agressivos ou presenciar cenas de agressão, incluindo cenas vistas em novelas, filmes, seriados e jornais.
Para crianças que já frequentam creches ou escolas, comportamentos agressivos também podem estar ligados a bullying que possivelmente a criança está sofrendo. Para estes casos, uma conversa com os professores é necessário para descobrir este possível bullying.
O comportamento comum de cada idade
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0 a 12 meses
Os muitos choros dos bebês possuem diversos significados, e é preciso conhecê-los. Eles ainda costumam ficar irritados com pessoas estranhas. É necessário respeitá-los (nem nós adultos costumamos ficar a vontade com pessoas que não conhecemos, não é mesmo?). É possível identificar os desconfortos dos bebês, e eles precisam ser valorizados, respeitando suas irritações e medos, não obrigando fazer o que não querem, como ir no colo de alguém que não é familiar para ele.
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1 a 2 anos
Eles parecem ser mandões e egoístas quando se tratam de querer alguma coisa ou dividir algo, mas o que eles enxergam na verdade é o objeto como uma extensão deles.
Nesta idade eles já estão interagindo mais, e são extremamente curiosos, puxando para si as coisas ou as jogando no chão.
Sobre o comportamento agressivos que eles podem ter, eles não possuem intenção de machucar. Quando eles mordem ou agarram, a intenção deles não é de machucar. As pirraças feitas costumam ser para demonstrar sua insatisfação sobre algo que não conseguem verbalizar.
Para corrigir, seja gentil! Você pode informar sobre as coisas que não estão indo bem pois eles estão começando a entender o que você pede, além do que, não coloque muita expectativa pois a capacidade de atenção deles ainda é bem reduzida.
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3 e 4 anos
As birras podem aumentar! Muitas coisas podem acabar em pirraça. Eles querem aumentar o controle sobre as coisas, o ‘não’ vira uma palavra muito usada e muitas vezes podem testar a sua paciência.
Mais uma vez, seja gentil nas broncas! Reforce positivamente as coisas boas que eles fizerem e seja claro e simples nas regras colocadas para que eles entendam bem e não se confundam.
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5 e 6 anos
Novas habilidades estão sendo inseridas, e eles já sabem bastante coisas. A importância das regras já são compreendidas por eles.
Incentivos são necessários sempre! Faça perguntas, tenha curiosidade sobre o que eles estão aprendendo na escolinha. Reserve períodos para brincar com eles, dando toda a atenção necessária. As brincadeiras são grandes aliadas para ensinar regras.
O que fazer com o comportamento agressivo
Como já falamos no início, muita das vezes o comportamento agressivo da criança é para demonstrar um possível desconforto, irritação ou algum outro sentimento negativo, não sendo necessariamente um traço da personalidade da criança.
Neste sentido, ensinar a verbalizar esses desconfortos e irritações é essencial. Ao compreender o motivo do comportamento agressivo algumas perguntas podem serem feitas, como: “você está bravo por que ele pegou o seu brinquedo”, além de “você está triste por que estamos indo embora?”. Desta forma você estará ensinando seu filho a verbalizar o seu descontentamento.
As crianças são verdadeiras “esponjas”. Elas observam e repetem o nosso jeito diante das situações.
Ao verem que estamos explodindo, gritando ou sendo agressivos em determinados momentos, elas entenderão que este comportamento como sendo certo, e repetirão. Até mesmo na hora de corrigir o bebê é necessário ser gentil para que ele veja como enfrentar o momento difícil. Ensinar o diálogo e a compreensão ao outro é fundamental para a formação da criança.
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Acolha, mas mostre a desaprovação
Durante todo o post a recomendação está em ser gentil para com a criança nos momentos de irritação ou birra dela, porém deve ficar claro que tal atitude não agradou.
Reforços devem serem feitos, positivos ou negativos. Quando o comportamento for errado, aponte o erro através da conversa, e quando a criança reagir bem a situação, elogie o bom comportamento e a boa reação.
Não se culpe, mãe!
A tarefa de ser mãe não é fácil. Estamos educando e ensinando uma pessoa do zero. É cansativo, são muitas noites mal dormidas, são muitas preocupações que passam por nossas cabeças.
Fato é que também não é fácil ser criança. Ela tenta verbalizar e não consegue, tenta se expressar e falha. Tem que aprender tudo, recebe vários “nãos” em sua caminhada, e muitos deles não são bem compreendidos.
É uma linda caminhada essa relação de pais e filhos, porém é cansativa e estressante. Seja paciente com você e com o bebê. Continue dando amor e o melhor que você pode para o seu filho.
E como você está por ai? Por qual fase está passando? São muitas pirraças? Compartilhe conosco através das redes sociais!