Chupeta: usar ou não usar, eis a questão!

O bebê está chorando desesperadamente e a tentação é de dar a chupeta? Pois bem, muitas mães têm receio desse objeto tão polêmico. Será mesmo que a chupeta faz mal? Por que os bebês ficam mais calmos quando estão sugando? São tantas perguntas que pairam sobre as nossas cabeças quando temos que criar uma criança que chega a ser desesperador. Mas não se preocupe, aqui você irá encontrar todas as dicas sobre chupetas!

Por que os bebês sugam?

Os recém-nascidos têm o instinto natural de sucção por uma questão de sobrevivência. Pense comigo: Se um bebê não tem facilidade de “pegar o peito” ele irá se alimentar menos e por consequência será menor e mais faquinho. Quando a criança faz esse movimento de sugar o leite materno, um hormônio muito importante chamado “endorfina” é liberado, e ele é responsável por modular: dor, humor e ansiedade no corpo humano. E sim, a amamentação materna é suficiente para se alcançar os efeitos positivos da sucção.

Por que oferecemos chupetas?

Existem vários motivos pelos quais os pais costumam oferecer este objeto. O que acontece muitas vezes é que no começo, quando a bebê acabou de nascer, é difícil para os pais identificar qual a necessidade da criança quando ela chora, e acaba oferecendo a chupeta pois a crianças costuma se conformar e se acalmar ao usar a chupeta. Mas a recomendação médica é de que se tenha um pouco mais de paciência nesse início, pois aos poucos os significados dos choros serão mais claros. A recomendação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) é que é preferível oferecer a amamentação materna ao invés da chupeta, pois o contato pele a pele, o calor e o cheiro da mãe também acalmam a criança.

A chupeta é tão ruim assim?

Tanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto o Ministério da Saúde não recomendam a utilização de chupetas durante os primeiros 6 meses de amamentação. Durante este período o aleitamento deve ser exclusivamente pelo peito na medida no possível.  Como a chupeta tem um formato diferente do seio da mãe, o bebê fica confuso e acaba por preferir a chupeta. Essa preferência se explica pela facilidade de sucção, pois a sucção da amamentação exige mais força e mais músculos do que a chupeta. E por causa desse estímulo menor aos músculos, o bebê pode ser mais vulnerável à otite além de comprometer alguns fatores, como por exemplo:

  • A mastigação
  • A fala
  • A respiração

Algo pouco discutido, mas que é de extrema importância, é a alta chance de uma criança que utiliza a chupeta por mais de 2 anos ser fumante quando adulta. A explicação é simples: a motivação de muitos pais introduzirem a chupeta é para controlar a irritação e a ansiedade do bebê, mesmos motivos que levam adultos a fumarem. Além do fumo, outros hábitos orais podem ser adquiridos, como afirma a SBP, tais como:

  • Transtorno Compulsivo
  • Comer excessivamente

Como decidir pelo uso ou não-uso?

O mais importante de tudo é buscar a orientação do pediatra. Mas o papel dos pais é buscar informações, com embasamento científico, para assim buscarem uma posição definitiva com o médico. E apesar de tantos malefícios citados até agora, existem sim, alguns pontos positivos levantados por pesquisadores sobre a chupeta. Uma delas é a prevenção da Síndrome de Morte Súbita, no entanto esta indicação ainda é contestada, pois a criança tende a soltar a chupeta quando cai em sono profundo. Em casos em que a mãe tem problema para amamentar, talvez a chupeta seja uma forma de suprir essa necessidade de “sugar” do bebê. Um ponto muito interessante é que a chupeta é muito útil, e talvez até recomendada em alguns casos, durante os procedimentos médicos, como a vacinação por exemplo, que acabam estressando demasiadamente o bebê. Aqui no blog temos o relato de nossa colunista, contando um pouco sobre por que mudou de ideia em relação ao uso da chupeta, e com certeza um depoimento pessoal é muito esclarecedor. Como temos visto, a decisão do uso ou não-uso é muito complexa e por isso precisa de orientações profissionais.

Dedo ou chupeta?

Uma alternativa encontrada por muitos pais é o dedo. Mas será que ele não faz tão mal quanto a chupeta? A resposta é “sim” e ainda existe um agravante. A chupeta é algo que é oferecida pelos pais, enquanto o dedo é algo próprio da criança, a qual ela tem acesso sempre que quiser. Outro problema é que não existe a tendência de “largar” o dedo ao dormir, como quando se usa a chupeta e por isso o dedo acaba sendo muito mais prejudicial.

Como lidar com o choro sem a chupeta

A recomendação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) é que os pais entrem em acordo sobre quais estratégias usar em caso de estresse e choro. Estas estratégias podem ser:

  • Oferecer o peito (quando a criança está com a boca aberta e movimentando a cabeça de um lado ao outro, muito provavelmente esteja buscando o seio materno)
  • Pegar no colo e aconchegar firmemente
  • Cantar
  • Contato pele a pele
  • Dar banho (o ofurô é uma boa dica)
  • Oferecer algum outro estímulo como chocalhos e mordedores.

Com certeza é um processo muito cansativo e demorado, encontrar as melhores maneiras de se acalmar uma criança em uma crise de choro, mas não desista! O tempo e a prática são aliados neste aprendizado e logo você e a criança estarão em sintonia.

Conclusão

Por fim, nesta caminhada pelo aprendizado sobre as chupetas, a conclusão não é tão clara. Existem diversos fatores negativos e positivos sobre este objeto tão tradicional  mas que traz tamanha desconfiança. E por isso é importante reforçar que a decisão do uso ou não da chupeta deve ser feita em conjunto com o pediatra. Este profissional está mais do que capacitado a trazer orientações coerentes para a criação de uma crianças. No entanto, caso aja grande discordância entre ele e os pais, uma segunda opção médica talvez seja bem vinda.

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