TDAH: o que é e como identificar em nossos filhos

No post de hoje falaremos sobre o TDAH que é um assunto muito procurado em consultórios pediátricos. Vamos falar sobre o que é, tratamento, como identificar e também como tratar esse transtorno em nossos filhos.

Antigamente muitas pessoas observavam seus filhos muito agitados e hiperativos e não imaginavam que isso poderia ser um transtorno, muito se falava em “crianças agitadas” e hiperativas e pouco se sabia sobre o motivo das crianças terem tais atitudes ou comportamentos. Por isso esse assunto é muito importante pois hoje em dia, existem muitos pais que ainda não tem conhecimento desse transtorno e quanto mais informações e diagnóstico, melhor e mais eficaz é o tratamento.

O que é o TDAH?

A sigla são as iniciais de Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Esse transtorno é causado pela agressão, excitabilidade, hiperatividade, impulsividade, inquietação, irritabilidade ou falta de moderação.

O TDAH  é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a sua vida se não forem tratados e identificados devidamente.

Esse distúrbio afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos.

O TDAH causa dificuldades de manter o foco nas atividades propostas e a agitação motora que caracterizam a síndrome podem prejudicar o aproveitamento escolar e ser responsável por alguns contratempos que não correspondem ao potencial psicopedagógico dessas crianças.

Sinais e sintomas

O início ocorre geralmente antes dos 4 anos e na maioria das vezes antes dos 12. O pico para o diagnóstico fica entre 8 e 10 anos, entretanto os que apresentam déficit de atenção predominante só são diagnosticados após a adolescência.

Os sinais centrais do TDAH são:

Diagnóstico do TDAH

Para ser diagnosticado, os sintomas precisam se manifestar na infância, antes dos 7 anos em pelos menos 2 lugares diferentes que pode ser em casa, na escola, brincando ou desenvolvendo algum tipo de trabalho. O tempo para que seja manifestado precisa ser de 6 meses no mínimo, durante essas atividades.

O diagnóstico do TDAH é clínico e necessita avaliações médicas, desenvolvimentais, educacionais e psicológicas para o diagnóstico.

Existem alguns critérios e sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade para que o diagnóstico seja efetivo.

Os sintomas precisam estar mais frequentes por 6 meses além disso, eles devem aparecer em pelo menos dois ambientes diferentes e também interfiram em sua capacidade funcional nos ambientes em que a criança frequenta como escola, casa, igreja, entre outros. Um ponto a ser considerado também para o diagnóstico é que os sinais e sintomas estejam presente antes dos 12 anos de idade.

Sintomas para diagnosticar o TDAH

Vamos citar os sintomas detalhados dos três sinais centrais para as crianças com TDAH, desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Desatenção:

1. Não presta atenção a detalhes e descuida com erros em trabalhos escolares e/ou outras atividades manuais.
2. Tem dificuldade em manter o fico em jogos e nas aulas da escola.
3. Caso seja abordada por algum caso específico, a criança não presta atenção.
4. Tem dificuldade de cumprir tarefas e instruções.
5. Existe também a dificuldade dificuldade de organizar suas tarefas.
6. Costuma perder objetos para suas tarefas diárias.
7. Se distrai com facilidade

Hiperatividade e impulsividade

Nesses casos as crianças apresentam os seguintes sinais:

1. Tem o hábito de movimentar sempre mãos e pés.
2. Normalmente as crianças tem o hábito de se movimentar muito. entre o lugar em que ela está seja sala de aula ou outros ambientes
3. Corre muito, gosta de subir nas coisas.
4. Tem dificuldade de brincar.
5. Está sempre muito agitada
6. Fala muito em todo tempo, tem a necessidade de estar sempre falando.
7. Respondem as perguntas antes mesmo que a pessoa em que está perguntando termine de fazer a pergunta em si.
8. Normalmente interrompe as pessoas.

Tratamento para o TDAH

O Transtorno do Déficit de Atenção e hiperatividade tem tratamento.

Esse tratamento de crianças e adolescentes com TDAH baseia-se na intervenção envolvendo profissionais das áreas médicas, saúde mental e pedagógica, em conjunto com os pais.

Os profissionais de saúde precisam orientar os pais sobre o transtorno e informar como são os sintomas além de orientar como eles devem agir com o seu filho.

A escola é de suma importância neste tratamento pois, muita das vezes, será necessário acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado, como por exemplo planejamento do tempo das atividades e deveres desta criança na escola.

Para melhorar o controle do movimento, pode ser necessário um tratamento psicomotor.

As intervenções psicoterápicas centradas na criança ou adolescente, as mais estudadas e com maior evidência científica de eficácia para os sintomas centrais do transtorno e também para o manejo de sintomas comportamentais como oposição, desafio, teimosia, entre outeiro sao as cognitivo-comportamentais, especialmente os tratamentos comportamentais.

Sobre o tratamento com medicamentos

Aqui no Brasil, existem duas categorias de remédios indicados para este tipo de transtorno que são: Metilfenidato e a Lis-dexanfetamina. Ambos são estimulantes.

Cerca de 70% dos pacientes com TDAH, respondem adequadamente aos estimulantes, com redução de pelo menos 50% dos sintomas básicos do transtorno e os toleram bem.

Quando não há resposta aos estimulantes os médicos usam a segunda opção para o tratamento que são os Antidepressivos Tricíclicos (ADT).

As respostas são muito variáveis e as doses dependem da gravidade do comportamento e da tolerância ao medicamento.

TDAH em adulto

O TDAH é considerado um transtorno de crianças e que começa na infância, porém pode persistir na vida adulta e os sintomas comportamentais continuam evidentes na idade adulta em cerca de metade dos casos.

Os sintomas em adultos incluem:

Diferença entre TDAH e autismo

Esse ponto é importante falar pois existem muitos pontos que podem ser confundidos pelos pais e existe diferença entre os dois.

Ambos são transtornos de neurodesenvolvimento, que afetam o aprendizado, comportamento e socialização, porém com suas diferenças.

No autismo existe uma dificuldade para utilizar a linguagem, enquanto no TDAH não existe dificuldade na comunicação através da fala.

A capacidade interpretativa dos portadores de TDAH, geralmente, é maior do que o poder de interpretação do autista. Semelhantemente, costumam ser mais impulsivos e agitados do que quem tem autismo.

Pessoas com TDAH tem mais facilidade na interação social, mesmo sendo mais agitadas e sem muita atenção, já as que possuem autismo não tem facilidade, pelo contrário, é mais difícil.

Você já tinha ouvido falar ou conhece alguém  com TDAH? Conta pra gente nos comentários.