Quando a pandemia do Coronavírus começou, Joana estava com seus 3 meses e eu ainda estava de licença maternidade. Eu tinha direito a 6 meses de licença e ainda teria 1 mês de férias, que adiei já que estaria em casa mesmo. Quando a minha licença maternidade acabou, a Prefeitura onde trabalho já estava trabalhando no formato Home Office. Por um lado foi bom, porque eu tive a oportunidade de passar mais tempo com a minha filha, e sigo com ela até hoje, mas por outro, bagunçou toda a nossa rotina pois não houve uma separação efetiva por eu ainda continuar em casa, apesar de não mais estar disponível em todo o tempo.
Além disso, você ficar 6 meses afastada do trabalho e voltar em Home Office é desafiador! Eu não sabia nem por onde começava, tudo ficou novo pra mim também. Fiquei bem confusa no início, alguns dias eu até fiquei triste por estar tão perdida, sem saber por onde começar ou o que fazia. Tive que me reinventar e recalcular a vida.
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Nossa nova rotina
E como fazer com que um bebê de 6 meses, totalmente dependente de você, se acostume com a mãe em casa, mas não estar completamente ali como sempre foi? Difícil, não é?
Joana fica sob os cuidados do pai nos meus horários de trabalho. Muitas vezes eu de longe a escuto chorar e minha vontade é correr para acalmá-la, mas também sei que não posso fazer isso sempre para não acostumá-la mal, então deixo essa tarefa com meu marido e algumas vezes corro para WhatsApp para saber se ele precisa de ajuda, mas pai é pai e sempre dá um jeitinho também. Aqui em casa ainda estamos tentando nos adaptar da melhor forma para todos.
Gabriel, meu marido, tem sido um super pai, aquele que brinca, que troca fralda, que dá comida, que deixa a criança se sujar toda. Um verdadeiro pai “raiz”! Nas vezes que leva o cachorro para passear, carrega Joana junto e volta cansado porque os dois são muito agitados. Costumamos brincar dizendo que Deus não nos deu filhos calmos, que os dois bebês da casa vieram com muita energia.
O que faço e com o que trabalho
Eu sou jornalista, coordenadora de mídias sociais da Prefeitura Municipal de Vitória e também tenho um ateliê de costura, onde crio, customizo e reproduzo roupas para a minha marca, a República 21. Antes de ser mãe eu já tinha uma rotina muito corrida, mas agora ela triplicou, afinal agora eu sou a famosa mulher 3 em 1: mãe, dona de casa e que “trabalha fora”!.
O mais importante no Home Office é você entender e separar seu trabalho dos seus afazeres de casa. Procuro sempre me “arrumar” de forma que meu corpo e mente compreendam que chegou o meu horário de trabalho, me tranco no quarto onde ali eu trabalho e assim não vejo os acontecimentos da casa.
Como falei, meu marido fica com a Joana. De tempos em tempos eu saio para relaxar a mente e comer alguma coisa, daí brinco um pouco com a Joana e volto para o quarto. Desta forma eu consigo fazer ela entender que não estou sempre ali, mas ao mesmo tempo estou e também relaxo a mente para não “surtar” com tanta coisa no dia a dia.
Como divido meu dia e as tarefas
Meu dia é divido basicamente em 3 partes: De manhã eu cuido da casa, da Joana, do cachorro e costumamos fazer uma caminhada matinal, mas não é todo dia que conseguimos. Como acordamos muito cedo por causa da Joana, dá tempo para fazer tudo isso.
Quando chegamos da caminhada, ela está dormindo e este é o momento em que vou para o ateliê e fico lá até a hora do almoço. Joana acorda antes do almoço, mas meu marido fica com ela e fazem uma verdadeira bagunça na cozinha! É o jeito possível dele fazer o almoço e ficar de olho nela ao mesmo tempo.
Na parte da tarde sou totalmente dedicada aos trabalhos da Prefeitura, e a noite me dedico a rotina do sono da Joana e alguns serviços domésticos, porque esses vocês sabem, nunca acabam! Quando ela dorme, se ainda estiver atarefada com ateliê, eu concluo meu trabalho por lá e faço meu planejamento do dia seguinte. Cansaram comigo? Realmente é uma rotina puxada mas só consigo dar conta porque tenho meu marido que me ajuda muito e mantém o restante em dia.
Pareço organizada, mas não sou tanto, passo o dia correndo. O lema da minha casa é “otimizar o tempo”. Todo minuto é precioso, seja para arrumar a casa, molhar as plantas, preparar um lanche e até mesmo ir ao banheiro!
Benefícios do Home Office
O trabalho em casa me ajudou muito a ver o crescimento e o desenvolvimento da minha filha bem de perto, e isso é bem legal. Tem dias que ela dorme de um jeito e acorda bem diferente, com novas habilidades: gargalhando, batendo palmas, falando, dando passos. É realmente maravilhoso poder acompanhar isso bem de perto.
O Home Office também tem seu valor. É muito bom quando você antecipa seu trabalho e finaliza antes do previsto e com isso ter uma parte do dia livre. Nessas horas a gente se diverte aqui em casa, preparamos um bom lanche ou assistimos aquele programa de TV que gostamos.
A melhor parte deste formato de trabalho é o seu expediente acabar e você sentar no sofá e tomar um banho sem o estresse do trânsito, do ônibus lotado, dos imprevistos do trajeto trabalho/casa. É maravilhoso e certamente sentirei muita falta quando voltar ao trabalho presencial.
Nos próximos meses provavelmente eu volto a Prefeitura presencialmente e vamos nós nos adaptarmos mais uma vez, afinal a vida de mãe que trabalha fora sempre será se adaptando as novas rotinas. O bom é que a mãe sempre consegue, a maioria das vezes na base de muito esforço. E tem tantas mamães correndo atrás e se esforçando muito para dar uma boa educação para seus filhos.
Minha prioridade
O que eu tenho como certo pra mim é que não deixarei e nem negligenciarei jamais a educação e o bem estar da minha filha. Ela sempre será a minha prioridade, a minha melhor “profissão”. Das minhas três funções, o que eu mais amo fazer é ser mãe. Todo esforço é necessário e gratificante no final. A consciência pesa quando ela precisa de mim e eu não posso naquele momento, mas ao mesmo tempo consigo dar aquela “fugidinha” no trabalho para matar as saudades dela na sala, e esse é para mim o grande benefício do Home Office na vida da mãe de bebê.
Todas as mães passam pela etapa de voltar ao trabalho e se afastar do bebê. Eu tive o privilégio de ficar mais tempo com a minha por causa da pandemia que nos obrigou a trabalhar de casa. Isso é o que devemos ter em mente. Ter uma pessoa como referência também faz diferença na hora de levar a vida, uma pessoa que nos ajuda mesmo sem querer.
Tem gente que se inspira na mãe, em uma amiga, ou em alguma artista. Eu me inspirei e me inspiro na minha irmã que tem dois filhos, dois empregos e uma vida tão corrida quanto a minha, mas que apesar da vida corrida está sempre sorrindo. Os dois bebês dela entraram na creche com 5 meses e fico pensando o quão difícil deve ter sido pra ela essa fase. Ao mesmo tempo penso que o exemplo dela me motiva, assim como o meu pode motivar alguém.
A verdade é que sempre somos referência para alguém, mesmo não fazendo isso de propósito, e sempre temos coisas boas para passar para outras pessoas. Isso é incrível! Então vamos sempre sorrir e pensar que nossos bebês são a nossa maior alegria e tudo sempre vai valer a pena!
E você mamãe, já voltou ao trabalho? Como está sendo essa experiência? Você pode compartilhar suas experiências conosco através do instagram! CLIQUE AQUI!