Relato: Da descoberta da gravidez até o parto

A gravidez assusta muita gente. São muitos cuidados, muitas restrições, muitos medos, muitos HORMÔNIOS e tudo muito intenso. Minha gravidez foi o que podemos chamar de tranquila, sem nada muito grave, mas costumo dizer que tive todos os pequenos problemas possíveis que vou contar para vocês nesse post.

Sobre os pais da Joana

Antes de contar para vocês sobre a minha gravidez, quero contar quem são os pais da Joana e porquê temos uma enorme gratidão por ter a nossa filha com a gente!
Eu sou Carioca, ele Capixaba. Nos conhecemos no Rio de Janeiro, em 2016. Ele foi para lá para fazer exames de rotina. Desde Junho de 2015 Gabriel fazia um tratamento no Rio de Janeiro de um tipo de câncer. Seu tratamento era de quinze em quinze dias. Ele passava uma semana internado e voltava para sua casa para ficar uma semana com a família. Seu tratamento foi no RJ porque ele servia à Marinha na época, então seu tratamento se deu no hospital da Marinha no Rio Janeiro. Na minha igreja do RJ e na dele no ES tinham pessoas da mesma família, por isso, na semana que ele ficava internado algumas pessoas o visitavam, e nesse grupo de pessoas estava a minha mãe.

Foram 9 meses de quimioterapia, mas que, graças a Deus, foi um sucesso! Em fevereiro de 2016 acabou o tratamento, mas iniciou um tempo de cinco anos de exames médicos para acompanhar uma possível volta do câncer. Em outubro de 2016 ele foi fazer um desses exames e aproveitou para visitar a minha igreja, agradecer as pessoas que tanto cuidaram dele. Nessa ocasião aconteceria um acampamento dos jovens, e foi lá que nos conhecemos.

Até em então eu não fazia ideia quem era o “Tal Gabriel”, jovem, com câncer que minha mãe visitava no hospital. Nesse retiro, eu conversando com o então visitante, descobrimos que ele era o garoto que minha mãe tanto falava e ele descobriu que eu era a filha da Leila, a moça que sempre o visitava. Aí vocês já sabem, rolou aquele interesse mútuo, mas nada aconteceu. A gente passou a conversar por mensagens. Tudo era muito impossível, a distância dificultava, ele é 6 anos mais novo, caminhos totalmente diferentes. Mas destino é destino e Deus é Deus. Em novembro Gabriel precisou voltar para refazer o exame, mas dessa vez ele não ficou internado e sim na minha casa! Depois disso começamos a namorar! Foi 1 ano e meio de namoro à distância.

Como descobri a gravidez

Nosso casamento foi em janeiro de 2018, quando eu tinha 28 anos, mas o que eu sempre quis era ter pelo menos um filho antes dos 30 anos. Isso fez parte de uma conversa no início do namoro e Gabriel também sonhava com filhos. Deus já tinha preparado tudo. Depois de casados a gente decidiu tentar engravidar no final de 2019 com a expectativa do nosso bebê nascer na metade de 2020, mas em fevereiro de 2019, após completarmos 1 ano de casados, minha menstruação atrasou dois dias e eu tinha certeza que estava grávida.

Lembro que conversando com um amigo de trabalho, afirmei para ele: Estou grávida, tenho certeza! Ele riu e brincou dizendo que todo mês as mulheres falam isso. Naquele mesmo dia, já bem ansiosa, quando voltei do trabalho parei na farmácia e comprei o teste. Dois riscos, CONFIRMADO! Por sorte meu marido estava na calçada do prédio conversando com um amigo enquanto isso eu fazia o teste escondida em casa.

O banheiro da minha casa ficou pequeno para tanta emoção que estava naquele momento. Lembro que andei de um lado pro outro repetindo: “Tô grávida, meu Deus!” É algo que não dá para descrever, uma mistura de riso com choro, alegria com medo do futuro. A cabeça já pensa lá na frente. Não falei nada para o Gabriel porque queria fazer uma surpresa. Não dormi aquela noite! Que sentimento louco!

No dia seguinte a gente já tinha marcado médico pois eu já não estava me sentindo bem, estava fraca e indisposta, já estava com os hormônios à flor da pele (lembro que teve um dia que o ônibus fechou a porta bem na hora que eu ia entrar e eu fiquei no ponto de ônibus chorando igual criança.. rsrs). No dia da consulta eu pedi para o médico me passar um exame de sangue para ter certeza da gravidez, Gabriel ficou do lado de fora sem nem desconfiar de nada. Saímos do consultório direto para o laboratório, sem que ele soubesse que estava indo fazer o teste de gravidez. No mesmo dia peguei o resultado pela internet e, novamente, confirmado!

Contando a novidade

Finalmente era o momento de preparar a surpresa, afinal fiquei sem dormir, o dia escondendo dele, esquisita, agitada e ele sem entender nada, sem desconfiar de nada. Preparei uma bonita caixa, coloquei nela o teste, uma carta que assinei como se fosse o bebê, chocolates e fui para casa. Este momento foi lindo, uma reação cheia de amor! Ele chorou e foi só alegria. Os longos meses de gravidez Depois de toda a emoção da descoberta, fomos nós viver esse novo momento.

No dia seguinte da descoberta era o Carnaval de Vitória e, como contei no texto anterior, trabalho na Prefeitura. Nesse dia faria as transmissões ao vivo, as entrevistas das escolas de samba. Seriam duas madrugadas seguidas no sambódromo, e eu não queria contar para ninguém ainda porque era muito recente e queria fazer a ultra para saber se a gravidez estava correta. Fui para o Carnaval e trabalhei sofrendo com o sono. Início de gravidez o sono é enorme e assustador. Foi puxado, mas eu venci e deu tudo certo no final.

As mudanças acontecendo

A partir dali, juntou o sono com os enjoos. Ah os enjoos, esses me consumiram! Passei muito mal, principalmente com cheiros. Os que mais me enjoavam, eram os cheiros de tempero de comida e de café, eu amo café, que passei a odiar no primeiro trimestre!

Por volta de 15 semanas de gravidez os enjoos me deixaram e o sono amenizou bastante. Chegou então o período da fome avassaladora. Tive também disgeusia, que é o famoso amargo que fica na boca, que me acompanhou até o parto (pra mim foi a pior parte da gravidez, pois eu passava o dia com aquele gosto ruim na boca, querendo comer o dia todo para aliviar. Frutas cítricas e água com gás me ajudaram muito nessa fase). Por conta dessa fome e da disgeusia eu comecei a comer muito, resultando em 19kg a mais durante a gravidez.

Segundo trimestre foi um pouco melhor, a barriga já estava grandinha, o olfato melhorou um pouco, os enjoos passaram e agora era a famosa lua de mel da gravidez. Realmente foi a melhor fase. Nas ultrassonografias já via o bebê todo formadinho. Com 16 semanas descobrimos o sexo, fizemos o chá revelação e descobrimos a nossa Joana. A partir disso tudo começou a ser diferente, agora tínhamos uma menininha crescendo com nome e tudo para conversar. Que momento! Na morfológica de segundo trimestre, fizemos a 3D e, que emoção de ver nossa filha, ela era linda, toda formada, com seus pezinhos e mãozinhas. Comecei a sentir ela mexer e eu sempre digo que essa foi a única parte boa da gravidez, as nossas conversas e interações na barriga.

Eu trabalhava de ônibus todo dia, as vezes indo em pé (Muitas vezes o motorista que pedia um lugar para eu sentar). Fora que eu sempre estava com algum desconforto azia, gases, falta de ar. Como falei, tive todos os pequenos problemas.

Entramos na reta final

A barriga já estava enorme, as noites de sonos eram sentadas, a falta de ar era insuportável, a bexiga parecia que ia explodir (eu costumava beber meu último copo de água às 20h para tentar ter uma noite sem muitas idas ao banheiro). A fome continuava ali. A cabeça só pensava no grande dia. O enxoval estava pronto, quartinho com cheirinho de bebê. Tudo pronto para a chegada!

O nascimento da nossa Joana

No sábado 19/10, às 22:30 no meu último xixi do dia, a bolsa estourou e começou aquela correria! Bolsa, exames, é agora! Aí meu Deus, que nervoso! E mais uma vez aquele misto de sensações: vai doer, será que vai dar para ser parto normal, vai ser rápido? A cabeça enlouquece! Por mais que eu tenha me preparado psicologicamente nesses 9 meses para esse dia, tudo muda na hora que a bolsa estoura!

Corremos para o hospital e depois de 13h e meia, no dia 20 de outubro, às 11:58h, nasceu Joana, de parto natural humanizado, na banheira, sem anestesia e sem indução! Uma emoção, um alívio, uma sensação de dever cumprido. Meu relato de parto contei em um vídeo com mais detalhes no canal da Lá vem bebê no YouTube. Confira CLICANDO AQUI!

Eu idealizei a gravidez a vida inteira como sendo um momento único e lindo, e de fato foi. Imaginem gerar e saber que cresce uma vida dentro de você. É lindo mesmo! Mas ao mesmo tempo achei muito difícil e dolorosa, são muitos os desconfortos diários e durante muito tempo. Eu sempre falo que passei mal todos os dias durante 9 meses porque todos os dias me sentia mal. Mas parece clichê o que vou falar, mas é a mais pura verdade: TUDO VALE A PENA! Você esquece tudo depois e ser mãe é incrível demais!

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