A Alice (5 meses atualmente) teve a pega correta desde a primeira vez na maternidade, nunca sofri um dia sequer com a amamentação. No começo ela demorava cerca de uma hora ou mais para mamar e esse tempo foi diminuindo; a produção de leite foi aumentando (apojadura) e os engasgos começaram a ser frequentes. Usava muitas fraldas para enxugar o excesso, longos banhos para esvaziar os peitos e várias tentativas de não afoga-la.
Para deixá-la mais confortável, no começo da amamentação, usava o bico de silicone para diminuir o fluxo, assim, não ia o leite direto na garganta dela. Sei que o bico de silicone tem outra função, mas ajudou durante um tempo; usava somente quando o peito estava muito cheio.
Então, a produção do leite foi se ajustando e ela começou a mamar mais rápido; muitas vezes “brigava” com o peito. Fiquei meio desesperada! De vez em quando forçava a tomar mais um pouco – o que deixava muito irritada. Isto ocorreu na crise dos três meses.
Sempre tentava algo novo para ver se ajudava com essa irritação, e o que mais ajudou foi colocá-la para arrotar várias vezes durante a amamentação – mesmo assim, forçava a mamar as vezes.
Com o tempo, percebi que ela estava tendo preferência de um dos lados. Foi aí que entendi que eu tinha criado uma relação muito ruim com o peito esquerdo, porque era o lado em que eu forçava ela a mamar mais, além de ter o braço meio sem jeito. O lado preferido dela, então, sempre ficava vazio, causando choro.
A saída para isso foi, no começo, tirá-la do peito vazio (direito) e colocá-la no berço ou no carrinho, distraindo-a. Demorava um pouco e logo reclamava que queria um pouco mais de leite – então oferecia o lado esquerdo. Com o tempo, depois de aprender que eu deveria ter paciência e confiança nela, passei a oferecer o peito e se caso ela se recusasse, logo tirava- o e esperava ela novamente solicitá-lo.
Hoje vejo grandes mudanças. Ela está “esquecendo” do vínculo ruim que teve em suas experiências com o peito esquerdo e passou a aceitar melhor; brinco com ela e faço gracinhas também.
Ouvi relatos em que a mãe chegava a ter assimetria do busto por causa da criança preferir um lado apenas. Algumas táticas para que os dois peitos sejam estimulados por meio da amamentação é de oferecer o lado que o bebê não gosta em momentos de muita fome, sonolência ou na “mamada dos sonhos” de madrugada, até que tudo se normalize e o revezamento seja feito corretamente.