Esta fase é pouco falada e até mesmo esquecemos que ela existe. No meu caso, fiquei sabendo quando estava me preparando para ser mãe, em meus estudos durante a gravidez; com o tempo, logo que a Alice nasceu, esqueci desse assunto porque estava indo tudo bem. Sim, estava!
A Alice era o bebê que todos pedimos à Deus. Dormia bem, mamava direitinho e dificilmente chorava. Então, o terrível três meses chegou, e do nada, aquele ser tão calmo começou a brigar com o peito e a mamar menos/ mais rápido; isso acarretava outros fatores que estavam indo bem, como o sono, a irritação e o choro.
Cheguei a procurar ajuda com duas consultoras de amamentação. Uma delas disse que provavelmente era um problema de sono, pedindo assim, que procurasse uma consultora do sono (nem sabia que isso existia). Ela disse que devido a Alice ter pega correta, e estar ganhando peso, provavelmente não seria um problema para ser resolvido com esse tipo de serviço. A outra consultora, disse que poderia ser irritação pois o peito estava muito cheio de leite, e que deveria extrair um pouco antes de oferecer ao bebê.
Tentei conversar com a tal consultora do sono, mas ela disse que não parecia ser um problema de sono (já que a Alice dormia bem); também tentei tirar um pouco de leite, antes de amamentar, mas nada havia mudado.
Comecei a ficar mais exausta, mais irritada, e desesperada, pois a Alice, estava mudando de comportamento. Entretanto, fui deixando o tempo passar. De vez em quando forçava ela a mamar o peito (meu maior erro e explicarei em breve), achava que poderia ser a falta de arroto no meio da mamada (que ajudou bastante minha filha querer mamar mais um pouco), mas não era nada disso.
Entrei em fóruns a qual muitas mães também estavam passando por isso, e todas só relatavam que estavam com os mesmos problemas, mas nenhuma delas tinham achado alguma solução.
Fui atrás de respostas na internet, e agora, meu coração de mãe está mais calmo e confiante.
Veja a seguir as minhas descobertas e espero que te ajude a enfrentar esta crise. Lembrando que cada bebê é diferente um do outro e que cada fase irá passar.
A resposta é, o bebê passa por crises de desenvolvimentos aos 3, 6, 8 e 12 meses de vida. Nesse post, vamos focar na primeira “crise”.
A “crise” dos três meses é também conhecida como, a crise do primeiro trimestre ou exterogestação. Acredita-se que nos primeiros três meses de vida, o bebê ainda tem uma ligação muito forte com a mãe, tendo parte de sua gestação fora do útero (exterogestação). O bebê ainda se sente parte da mãe, como se fosse sua extensão. Ele ainda não entende que está fora da barriga e esses três meses seria a sua adaptação a um meio totalmente diferente.
Antes era aconchegante, quentinho, com barulhos que eram músicas para os ouvidos. E então fora da barriga, teve que passar a tomar banho, sentir cheiros, usar roupas, fraudas, ouvir barulhos estranhos, ser pego no colo por pessoas diferentes, aprender a se alimentar e muito mais.
O corpo da mãe também muda. Começa a produção do leite desenfreado (apojadura), as preocupações aumentam, noites mal dormidas, insegurança e várias outras habilidades surgindo de um dia para outro, desde cortar as unhas do bebê até a manusear a criança para dar banho.
Alguns sinais da crise dos três meses:
1- Amamentação rápida, seguida de choro e recusa a voltar para o peito
Muitas mães percebem essa mudança drástica com seus bebês, para outras, essa fase pode passar despercebida. Isso porque alguns bebês sempre foram calmos na amamentação e depois ficaram muito estranhos. Outros sempre tiveram uma amamentação difícil, e não teria como ficar mais difícil do que já era anteriormente.
Um dos maiores erros é forçar seu bebê a mamar. Confie nele! Este momento deve ser algo prazeroso e sempre especial. É no peito que ele encontra seu refúgio e se acalma – não crie nele um momento desconfortável.
Você percebe que o bebê está mamando muito rápido (entre 3 e 5 minutos será o suficiente). Descobri que os bebês começam a se tornar os “mestres da mamada”, então confie, ele está ficando mais eficaz a cada dia.
“Mas meu bebê se distrai muito fácil!” – Ele está descobrindo o mundo e não quer perder nenhum segundo. Procure sempre um lugar tranquilo sem distrações para amamentá-lo.
Não desista! Evite ao máximo completar a amamentação com fórmula. É muito provável que ocorra o desmame precoce, e a falta de estímulo, o peito pode vir a secar.
Antes tinha leite abundante e agora não tem tanto leite?
O corpo humano é uma máquina inteligentíssima; ele nunca tende a desperdiçar suas energias. O seu peito fabrica leite e não é um estoque de leite. Essa fabricação deve ser eficaz para demanda do seu bebê. Por isso, mais uma vez, confie em seu corpo!
2- Mudança na rotina do sono
A primeira coisa que virá em sua cabeça é, “meu bebê não se alimenta bem, por isso, vai acordar mais vezes ou não dormir por causa da fome”.
Alguns bebês que dormiam bem, passam a dormir mal; bebês que dormiam mal, passam a dormir pior ainda. Respire fundo, lembre-se que o bebê não faz isso sem motivo – tenha paciência, essa fase vai passar.
Tente usar as técnicas de relaxamento e se você segue uma rotina, não desista, mas aprenda a ser flexível nesses momentos.
3- Mudança comportamental
O bebê, antes, achava que a mãe era uma extensão dele, e agora, descobre que eles são seres separados, e assim, entra em crise. Ele também descobre que chorando suas necessidades serão atendidas; sua visão também começa a melhorar, então, passam a perceber muito mais o que está acontecendo com o meio. Esta percepção gera descobertas, agitações e ansiedade em aprender.
Infelizmente, eles não sabem lidar com tanta novidade de uma vez só e choram com mais frequência ou ficam mais carentes.
Tente diminuir o ritmo e os estímulos durante a noite.
4- Agora seu bebê pode sair mais de casa
Isso, acarreta outra mudança brusca. Seu bebê começou a se acostumar com a casa nova e logo descobre que existe outros lugares: shopping, casa da vovó, igreja, restaurantes etc.
Vá com calma! Escolha lugares tranquilos para ir, e não uma praça de alimentação em pleno domingo.
Depois de entender melhor a “crise dos três meses”, percebi que o nome mais adequado seria a “fase dos ajustes”. Entendi que deveria confiar no meu corpo e no bebê, essa é a maior dica que posso dar!
Quanto tempo essa crise vai durar? Calma, vai passar, e deverá durar em torno de 15 dias.