Alimentação infantil: criando paladar saudável

A alimentação dos nossos filhos é a uma das maiores preocupações do pai e da mãe desde a gravidez.

Via de regra, primeiro pensamos em como será a amamentação, depois na Introdução alimentar, em seguida pensamos no desmame e por fim em que tipo de comidas o nosso filho vai gostar.

É sempre muito complicado controlar, tentar e fazer os nossos filhos comerem o que queremos que eles comam. O paladar da criança é desenvolvido através de diversos fatores, inclusive sobre os alimentos que a mamãe comeu na gravidez.

Paladar da criança formado na barriga da mãe

Na prática, a realidade do que se deve fazer é bem diferente da que as opiniões das pessoas sugerem. As opiniões costumam ser voltadas para que a mamãe coma de tudo o que ela quiser, já que está grávida. Mas a realidade é que já devemos pensar na alimentação dos nossos filhos desde que engravidamos, ou seja, devemos ter cuidado com o que comemos durante toda a gravidez porque isso influencia diretamente no paladar futuro dos nossos filhos.

Na barriga da mãe o bebê começa a desenvolver o seu paladar com aromas e sabores, com isso suas preferências alimentares futuras já estão sendo formadas. As papilas gustativas são formadas entre a sétima e oitava semana de gestação e o bebê recebe e experimenta os sabores através do líquido amniótico que é ingerido por ele na barriga da mãe.

Os médicos e nutricionistas costumam abordar bastante esse assunto nas consultas, tendo em vista que a alimentação da mãe na gravidez pode sim influenciar no futuro da alimentação infantil.

Como o leite materno ajuda no paladar da criança

O leite oferecido pela mãe através do peito pode sim mudar de sabor conforme a sua alimentação. Com as fórmulas que alguns bebês tem a necessidade de tomar é diferente, tendo em vista que estas possuem o mesmo sabor sempre.

Nos primeiros dias de vida o bebê já recebe o colostro que é rico em proteínas e imunoglobulina, que também é popularmente chamado de “a primeira vacina do bebê”. Depois temos o leite de transição e o leite maduro, que possui valores nutricionais para manter todo o desenvolvimento do bebê.

Durante a mamada o leite muda de sabor. No início o leite é mais aguado, e no fim da mamada o leite é mais gorduroso, e é por isso que ele muda de sabor.

Alimentação da mãe durante a amamentação

A alimentação da mãe precisa ser equilibrada e variada. Uma alimentação rica em vitaminas, frutas, legumes e verduras que além de ajudar na produção do leite evita cólicas e desconfortos para os primeiros dias do seu bebê.

Quanto maior a variedade dos alimentos ingeridos pela mãe, maior será também a alteração no sabor do leite.

Alguns alimentos devem ser evitados para evitar transtornos para a saúde do seu bebê e também por conta do paladar que ainda está em formação. Alimentos industrializados com alto teor de gordura, além de embutidos, frituras, refrigerantes, chocolate e grandes quantidades de açúcares.

O consumo de bebida alcoólica, principalmente nos seis primeiros meses de vida do bebê, também não é recomendado.

Introdução alimentar na formação do paladar

A introdução alimentar é o momento em que ensinaremos nossos filhos a não rejeitarem os alimentos saudáveis, mas a gostarem desses alimentos essenciais em toda a vida.

Uma das consequências futuras de fazer a introdução alimentar de maneira inadequada é a rejeição que o filho pode fazer no futuro dos alimentos saudáveis.

Do mesmo modo, é importante pensar em como ofertar os alimentos para os bebês. Não é uma boa tática tentar negociar com o filho para que ele coma, prometendo compensa-lo de alguma forma. O processo pode não ser fácil, mas estudos indicam que para o alimento ser aceito ele precisa ser ofertado de oito a dez vezes.

É importante lembrar que o bebê não tem discernimento sobre o que é melhor para a saúde dele. Não deve ser dada a criança a autonomia de escolher o que comer, mas deve ser estimulados pelos responsáveis o que ingerir.

Como preparar a papinha

É preciso pensar em como é preparada a papinha para o bebê. Todos os grupos alimentares precisam estar presentes na papinha. Isso inclui legumes, verduras, tubérculos e cereais, leguminosas e proteínas. Escolha um alimento de cada grupo e faça a papinha.

De acordo com a  Sociedade Brasileira de Pediatria, é importante não peneirar ou bater no liquidificador os alimentos para que não haja perda das fibras.

Hoje em dia existem alguns métodos para a introdução alimentar do seu filho como Bliss, BLW ou o tradicional. Você poderá escolher o que se encaixa melhor para você e para seu filho. O importante é pensar que ele precisa estar alimentado, então não se apegue a um método específico se o seu filho não estiver correspondendo de forma satisfatória a ele.

Obesidade infantil

A obesidade infantil é caracterizada quando o peso da criança está 15% acima do peso de referência para a sua idade. Ela é um excesso de gordura corporal e pode ser muito prejudicial a saúde do nosso filho.

Algumas causas da obesidade infantil

Na infância as principais causas da obesidade infantil são: desmame precoce, introdução de alimentos inapropriados, como alguns complementos da alimentação, são as principais causas da obesidade infantil.

Existem outros fatores que também influenciam para o sobrepeso e consequentemente a obesidade que é o sedentarismo infantil. Por conta de telas e outras atrações eletrônicas, as crianças deixam de lado a brincadeira de correr e de se movimentar, desta forma ela contribui para o aumento e ganho de peso.

Além desses fatores, o sobrepeso infantil é um fator de risco pois pode desenvolver várias doenças como pressão alta, diabetes, distúrbios cardiovasculares, entre outras diversas doenças.

Fator genético é muito importante levar em consideração como sendo uma das principais causas, pois quando se tem na família é necessário acompanhamento com o pediatra para que o distúrbio não se desenvolva na criança.

Tratamento para obesidade infantil

O tratamento vai depender muito da causa. Se a causa for sedentarismo, o médico indicará atividades físicas. Se for por questões genéticas, ele pedirá mudanças nos hábitos alimentares, incluindo a alimentação dos adultos também.

Já se a causa for por problemas psicológicos é muito importante que os pais procurem um profissional específico da área como psicólogo ou em alguns casos o psiquiatra.

O interesse pelos alimentos

A grande verdade é que dificilmente uma criança mais crescida não consumirá um alimento industrializado. O interesse por este tipo de alimento vem muito de ver os pais e coleguinhas comendo. Então, quanto mais adiar este contato das crianças com os alimentos industrializados, melhor é para elas.

As vezes a tarefa de se privar para o bem do seu filho se torna necessária, pois a partir do momento que a criança vê o comportamento dos pais e familiares, é esse comportamento que ela vai desejar seguir. Por isso é importante que os pais também controlem a sua alimentação.

Avaliar a situação e identificar as causas do amor por alguns alimentos fazem com que a criança desenvolva bons hábitos alimentares. Por isso tente sempre criar rotinas alimentares saudáveis mesmo que esse hábito não seja o seu, afinal a criança ainda está desenvolvendo o dela.

Não deixe de oferecer um alimento saudável com valor nutricional excelente para seu filho somente porque você não come ou não gosta. Deixe a criança criar o seu próprio paladar e gostos de preferência.

Não se importe se o seu filho está chupando limão ou come maracujá puro só porque você sabe que são azedos. Se ela tiver um bom paladar para esses tipo de alimentos naturais e saudáveis, que mal tem?

Como está o paladar do seu filho? Se você amamenta, como está a sua alimentação? Veja mais dicas sobre a introdução alimentar aqui no blog.